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Que efeitos cardíacos tem a prática de sexo?

Publicado  quinta-feira, 24 de maio de 2012


Que efeitos cardíacos tem a prática de sexo?

A partir de um certo ponto da sua vida a maioria dos homens tem actividade sexual. À medida que envelhecem, começam a perguntar-se se o sexo é uma boa forma de exercício ou demasiado esgotante para o coração. Estas questões podem parecer corriqueiras, mas são até bastante importantes – e têm agora sólidas respostas científicas.
Passadeira versus colchão
Para avaliar os efeitos cardiovasculares da actividade sexual, investigadores monitorizaram voluntários enquanto faziam exercício numa passadeira no laboratório e durante actividade sexual privada em casa. Juntamente com 13 mulheres os voluntários incluíram 19 homens com uma idade média de 55 anos. Cerca de 3/4 dos homens eram casados e perto de 70% tinha uma qualquer forma de doença cardiovascular; 53% tomavam bloqueadores beta. Apesar do seu historial cardíaco os homens referiam exercitar-se umas quatro vezes por semana e ter relações sexuais seis vezes por mês em média [*1].
Os investigadores monitorizaram os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea ao longo de exercícios normais de passadeira e durante a “habitual” actividade sexual com o(a) companheiro(a) em casa. Todos os actos sexuais terminaram com penetração vaginal e orgasmo masculino.
Talvez desapontante é o resultado de que o exercício de passadeira se revelou mais esgotante. Ao longo da prática sexual, os homens aumentaram o seu batimento cardíaco apenas 72% do que aumentaram na passadeira, e a pressão sanguínea média durante o sexo foi apenas 80% da obtida no exercício de passadeira. Numa escala de 1 a 5, com 5 como o valor mais alto, os homens avaliaram a passadeira como 4,6 e o sexo como 2,7. O sexo foi ainda menos intenso para as mulheres em termos de batimento cardíaco, pressão sanguínea e intensidade de esforço percebida.
Sexo como exercício
Os homens parecem consumir mais energia a pensar e falar de sexo do que no acto em si. Durante o acto sexual, o batimento cardíaco do homem raramente excede os 130 batimentos por minuto, e a sua pressão sanguínea sistémica (o mais alto valor, de quando o coração está a bombear sangue) quase sempre fica abaixo dos 170. De uma forma geral, a actividade sexual média é moderada em termos de intensidade de exercício.
No que respeita ao consumo de oxigénio, não vai além de 3,5 METS (equivalentes metabólicos), o que é praticamente o mesmo que dançar foxtrot, varrer folhas ou jogar pingue-pongue. O sexo queima cerca de cinco calorias por minuto, o que é quatro vezes mais do que o homem consome enquanto vê televisão, mas é praticamente o mesmo que caminhar num jogo de golfe. Se um homem consegue subir dois ou três lanços de escadas sem dificuldade, ele estará em boa forma para fazer sexo.
Sexo como sexo
Varrer folhas pode aumentar o consumo de oxigénio do homem, mas provavelmente não fará o seu “motor” ligar. O sexo é, claro, diferente, e a excitação e o stress podem bem bombear adrenalina extra. A excitação mental e o exercício físico aumentam os níveis de adrenalina e podem desencadear ataques cardíacos e arritmias, anormalidades do ritmo de bombeamento do coração. Pode o sexo fazer o mesmo? Em teoria pode. Mas na prática, é realmente muito incomum pelo menos durante o sexo convencional com um parceiro familiar.
Estudos cautelosos demonstram que um em cada 100 ataques cardíacos está relacionado com a actividade sexual, e para arritmias fatais o rácio é de apenas um em 200. Noutros termos, para um homem saudável com 50 anos, o risco de ter um ataque cardíaco numa qualquer hora é de um em um milhão; o sexo duplica esse risco, mas para apenas dois em um milhão. Para homens com problemas de coração o risco é 10 vezes superior – mas mesmo para eles, a probabilidade de sofrer um ataque cardíaco durante o sexo é de apenas 20 em um milhão. Estas são probabilidades bastante positivas…
Sexo seguro
O sexo é uma parte normal da vida humana. Para todos os homens, quer tenham doenças cardíacas ou não, a melhor forma de manter o sexo seguro é estarem em forma evitando o tabaco, exercitando-se regularmente, tendo uma boa dieta, mantendo-se magros e evitando demasiado (ou muito pouco) álcool. Naturalmente, os homens não devem iniciar a actividade sexual se não se sentem bem e homens que têm possíveis sintomas cardíacos durante o sexo devem interromper essa prática imediatamente.
Com estas orientações e precauções, o sexo é seguro para o coração – mas deveria ser seguro para o resto do corpo, também. Doenças sexualmente transmissíveis constituem um risco superior aos problemas cardíacos sexualmente induzidos. No que diz respeito ao sexo, os homens deveriam usar não só o coração mas também a cabeça.
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REFERÊNCIAS OU NOTAS:
[*1] – Palmeri, S. T. et alHeart Rate and Blood Pressure Response in Adult Men and Women During Exercise and Sexual Activity, The American Journal of Cardiology 100(12):pp. 1795-1801, Dezembro 2007 (LINK)

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